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Postado em 30 de Outubro de 2019 às 13h16

TJ SC EXTINGUE PUNIBILIDADE DE EMPRESARIO QUE QUITOU DÍVIDA TRIBUTÁRIA ACRESCIDA DE JUROS E MULTA

Júridicas (79)
ZARDO, SUZIN E ROCKENBACH Advogados Associados A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina extinguiu a punibilidade de empresário do meio oeste que respondia por crime contra a ordem tributária...

A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina extinguiu a punibilidade de empresário do meio oeste que respondia por crime contra a ordem tributária ao entendimento de que a quitação integral do débito, acrescido ainda de juros e multa, permite tal procedimento.

"É incogitável que o mesmo Poder Judiciário que extingue a execução fiscal pelo pagamento integral do tributo, não reconheça essa circunstância no procedimento criminal, que tem como resultado a imposição das sanções estatais mais severas, sendo a ultima ratio na proteção de bens jurídicos", manifestou-se o desembargador Sidney Eloy Dalabrida, relator da matéria, na ementa de seu acórdão.

Segundo os autos, o empresário foi acusado de sonegação fiscal em montante superior a R$ 1 milhão. Mais tarde, o governo estadual criou e ofereceu a possibilidade de acerto deste montante a partir da adesão a um programa de recuperação de créditos, com pagamento equivalente a obrigação tributária principal acrescida de 20% de juros e multa, em favor do Fundo de Desenvolvimento Social - FundoSocial.

O empresário ingressou no programa e quitou integralmente sua dívida. "Houve, por parte do Estado, a criação de legítima expectativa de que a adesão ao benefício fiscal, com o recolhimento do valor devido, ensejaria reflexos também na seara penal. Assim, devem ser atribuídos os efeitos da quitação integral do débito tributário, a ensejar a extinção da punibilidade do réu", interpretou Dalabrida.

Em seu voto, seguido de forma unânime pelos demais integrantes daquele órgão colegiado, o relator transcreveu o que classificou de valiosa lição dos juristas Eugênio Raul Zaffaroni e José Henrique Pierangeli: :[...] As normas jurídicas não "vivem" isoladas, mas num entrelaçamento em que umas limitam as outras, e não podem ignorar-se mutuamente..." (Recurso em sentido estrito n. 0001386-93.2017.8.24.0012).

Fonte: Tribunal de Justiça de Santa Catarina

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